A semana foi marcada por polêmicas religiosas na campanha eleitoral e a intensificação dos ataques pessoais na propaganda na TV dos candidatos à presidência.
No feriado, Jair Bolsonaro (PL) participou da celebração na Basílica de Nossa Senhora Aparecida e foi recebido com um sermão repleto de indiretas do bispo local, após a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) questionar o uso político da fé pelo candidato.
Do lado de fora do Santuário, apoiadores promoveram confusão com equipes de TV que cobriam o evento, causando desgaste para o presidente com o eleitorado católico.
Já a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu vários eventos de rua, na tentativa de mostrar que o petista consegue mobilizar multidões, o que vinha sendo questionado pelos adversários.
Bolsonaro, por sua vez, está apostando tudo no apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo) para virar o jogo em Minas Gerais, que é o segundo maior colégio eleitoral do país, com 16 milhões de eleitores.
Mas o que está pegando, de verdade, é a guerra da propaganda na TV e nas redes sociais. Como o segundo turno é uma competição baseada na rejeição, os dois candidatos procuram potencializar a degradação da imagem do rival. E aí vale-tudo: satanismo, maçonaria, canibalismo e denúncias de crimes sexuais horrorosos contra crianças…
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Tudo isso tem levado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a agir pela retirada de conteúdos e aplicação de multas.
Também teve controvérsia envolvendo o governo e o Tribunal. Depois das críticas de Bolsonaro às pesquisas eleitorais, a Polícia Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriram investigações contra os principais institutos sem explicar exatamente qual delito estaria sendo apurado.
Por entender que essas medidas de órgãos do Executivo interferem indevidamente no processo eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes interveio e suspendeu as apurações, causando mais um foco de atrito com Bolsonaro.
Isso significa que teremos duas semanas de muitas emoções antes do segundo turno na corrida presidencial.