Com a volta de Jair Bolsonaro (PL) ao contato diário com seus apoiadores, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o desafio de oficializar as mudanças nas Forças Armadas, ponto visto como crucial para a pacificação da sua posse.
Bolsonaro, após 40 dias de silêncio, retomou a articulação com os manifestantes que contestam o resultado da eleição. Passou a se encontrar periodicamente com os ativistas no Palácio da Alvorada, passando mensagens dúbias sobre o papel dos militares na troca de governo.
A ideia é mostrar que o presidente tem respaldo popular maior que o vencedor do pleito, alimentando teorias de que haveria uma suposta intervenção militar, apesar de as Forças Armadas já estarem em ritmo de troca de comando, mirando o futuro governo de Lula.
Para o presidente eleito, a montagem da estrutura de comando do Exército, Marinha e Aeronáutica é a prioridade máxima.
O ministro da Defesa nomeado, José Múcio Monteiro, quer iniciar os trâmites burocráticos para mudança de comandantes. Ele demonstra preocupação com os discursos de Bolsonaro, apoiando os atos que contestam o resultado da eleição, e a ausência de uma manifestação mais incisiva dos militares diante dos protestos golpistas.
Em paralelo, o governo eleito terá que lidar com a aprovação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados e com a montagem dos ministérios. Depois da indicação de Fernando Haddad para a Fazenda, a expectativa do mercado é com o nome para o Planejamento, além das direções dos bancos públicos e da Petrobras.
A equipe de técnicos de Haddad também está no radar dos agentes econômicos, preocupados com o viés mais desenvolvimentista que vem ganhando impulso na configuração de forças políticas da nova Esplanada.