O caminhoneiro Marco Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, se entregou nesta terça-feira (26/10) à Polícia Federal em Joinville (SC), de acordo com informações divulgadas por sua defesa. A prisão preventiva dele foi decretada no dia 1º de setembro deste ano pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, ela não ocorreu porque Zé Trovão conseguiu fugir do país. Ele estava foragido e havia pedido asilo político ao México alegando sofrer perseguição política.
A prisão foi determinada no âmbito do inquérito 4879 que investiga atos antidemocráticos. O caminhoneiro publicou vídeos incentivando atos violentos de protesto e ofensas ao STF e seus ministros.
A PF divulgou nota sobre a prisão: “O mandado de prisão em questão foi expedido em 1/9/2021, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. O preso se apresentou no início da tarde na Delegacia de Polícia Federal em Joinville e permanecerá à disposição da Justiça”, diz um trecho da nota à imprensa.
Em um vídeo divulgado no Telegram, Zé Trovão avisou que se entregaria. “Quando saí do Brasil, saí para continuar falando e motivando cada um dos senhores brasileiros de bem a lutar por uma nação justa, digna e plena”, afirmou, completando: “Não sei quanto tempo vou passar no cárcere, mas saibam que tudo isso é pelo Brasil, por cada cidadão de bem”.
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No dia 21 de setembro, Moraes manteve a prisão de Zé Trovão e ainda solicitou que a PF e a Interpol fossem comunicadas e cumprissem o mandado de prisão. Em sua decisão, Moraes lembrou ainda que durante a fuga, após transitar pelo Panamá, o caminhoneiro continuou a publicar vídeos incentivando atos violentos de protesto e a ofender o STF, “revelando seu completo desprezo pelo Poder Judiciário”, escreveu.
Este mês, o STF formou maioria para rejeitar mais uma tentativa do caminhoneiro de reverter a prisão preventiva decretada contra ele pelo ministro Alexandre de Moraes. O HC 206.430, que pedia a liberdade de Zé Trovão, foi protocolado por deputados bolsonaristas.