
1) Primeiro IPO do ano na bolsa de valores brasileira
A Movida Participações S.A. (MOVI3), empresa do setor de locação de veículos, realizou em 08/02/2017 a primeira oferta pública inicial de ações do ano na bolsa de valores brasileira.
De acordo com a CVM, o IPO movimentou R$ 645.168.540,00, sendo R$ 535.955.055,00 em oferta primária e R$ 109.213.485,00 em oferta secundária lançada pela JSL S.A., acionista controladora da Movida. As ações ordinárias da companhia foram precificadas a R$ 7,50 – valor inferior à faixa indicativa apurada em bookbuilding (entre R$ 8,90 e R$ 11,30) – e passaram a ser negociadas no Novo Mercado da BM&FBOVESPA.
Outras duas aberturas de capital registradas na CVM tiveram novidades na última semana por conta da precificação de suas ações, porém em sentidos opostos: enquanto a Unidas S.A. recuou, cancelando seu IPO, a Instituto Hermes Pardini S.A. avançou com sua oferta, podendo movimentar o mercado de capitais brasileiro nos próximos dias.
2) O Bacen tem um plano para a diminuição sustentável do spread bancário
Na terça-feira, em evento que contou com a participação do Ministro da Fazendo e ilustres economistas, o Presidente do Bacen trouxe mais detalhes sobre o Projeto Spread Bancário, que busca a redução do descasamento entre as taxas de captação dos bancos e as taxas de juros cobradas dos clientes.
O Bacen deixou claro que pretende atacar o problema de forma estrutural, descartando de imediato medidas “voluntaristas” que, ao buscarem reduzir o spread “na marra” e em curto prazo, acabam colaborando para o seu aumento no momento seguinte.
3) Queda boa
Em entrevista a IstoÉ Dinheiro (27.1.2017), o presidente do Bacen reforçou sua convicção de que não mexe na meta de inflação (4,5 por cento) até 2019. O mercado parece ter feito ouvidos moucos, porque as projeções para inflação não param de cair há 5 semanas (agora, para um pouco abaixo da meta). E com razão: segundo dados divulgados na quarta-feira (8/2), o IPCA ficou em 0,38% para o mês de janeiro. É a menor inflação para o mês desde o início da série histórica, em dezembro de 1979 (!).
Das duas, uma. Ou o Bacen aproveita o momento e traz o centro da meta para algo próximo dos países desenvolvidos (2% ao ano), ou nossa taxa de juros passa a cair a passos largos daqui para frente. Em qualquer hipótese, uma ótima notícia.
4) Consulta pública sobre a regulação de Letras Imobiliárias Garantidas
O Banco Central receberá sugestões, até o dia 30 de abril, sobre a minuta de resolução que regulará a emissão das Letras Imobiliárias Garantidas (LIG). Serão recebidas propostas sobre requerimentos e procedimentos necessários à emissão do instrumento, os requisitos da carteira de ativos e as condições para a sua administração, bem como os deveres e prerrogativas das instituições emissoras e dos agentes fiduciários. Depois de compiladas, as sugestões serão analisadas e a expectativa do Diretor de Regulação, Otávio Ribeiro Damaso, é publicar a norma ainda no primeiro semestre de 2017.
5) Conselhinho julga em 12 meses
Às vésperas de completar o seu primeiro aniversário no dia 29 de fevereiro, o novo regimento interno do Conselhinho dá sinais de efetividade. Como havíamos tratado aqui no JOTA no início de 2016, o novo instrumento tinha a pretensão de dar uma resposta mais rápida sobre a interpretação e a aplicação da regulação do mercado financeiro nacional. Isso de fato está acontecendo. Na terça-feira (7/2), data da primeira sessão de julgamentos de 2017, foi possível constatar que alguns casos tiveram um desfecho em 12 meses da data da distribuição.
Isso é histórico e merece o registro! Há pouquíssimo tempo atrás, esse prazo girava em torno de 3 a 6 anos.