CPI

CPI da Pandemia define últimos passos

Aziz anuncia calendário que prevê apresentação do relatório final em 19 de outubro

Presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM); e o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) / Crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado

A CPI da Pandemia definiu nesta quinta-feira (30/9) os últimos passos antes da apresentação do relatório final pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), prevista para 19 de outubro. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que a próxima semana será a última para realização de depoimentos e oitivas. A votação do relatório de Calheiros – e encerramento dos trabalhos – deve ser realizada no dia 20 de outubro, segundo o senador amazonense.

“Na semana que vem, dia 12, é feriado. O senador Renan Calheiros teria tempo suficiente para elaborar o seu relatório, e nós votaríamos o relatório.  No dia 19, terça-feira, seria apresentado e, no dia 20, quarta-feira, seria lido o relatório e votado o relatório”, afirmou. “Precisamos ter para concluir a investigação de pelo menos duas semanas. Uma, para os últimos depoimentos, e a outra para os ajustes finais no relatório. Então, temos uma dificuldade de tempo, né?”, continuou o vice-presidente Randolfe Rodrigues (REDE-AP).

Na próxima terça-feira (5/10) a CPI ouvirá o depoimento do empresário Raimundo Nonato, sócio da VTCLog – empresa acusada de participar de um suposto esquema de corrupção operado pelo ex-diretor do Departamento de Logística (Delog) do Ministério da Saúde, Roberto Dias. A ideia era ouvir o proprietário da VTC, Carlos Alberto de Sá, mas o empresário está em tratamento quimioterápico contra um câncer, e não poderá comparecer ao colegiado.

Na próxima quarta-feira (6/10), os senadores ouvirão o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho – convocado hoje (30)  – sobre que medidas aquele órgão tomou mediante as denúncias feitas por médicos e familiares de assistidos em que a empresa de plano de saúde teria obrigado seus profissionais da área médica a receitar medicamentos sem comprovação científica aos pacientes internados em sua rede hospitalar.

Na quinta-feira (7/10), a pauta ainda está indefinida. Os membros da CPI ainda decidirão se colherão o depoimento de um dos médicos que denunciou o caso Prevent, ou com representantes de familiares que foram vítimas dos procedimentos adotados pela empresa com o uso em larga escala dos remédios sem eficácia para a doença respiratória, que já matou quase 600 mil brasileiros.

Fake news

Acusado de  acusado de financiar e propagar notícias falsas sobre a Covid-19, o empresário Otávio Fakhoury confirmou aos senadores da CPI que financiou até junho passado o Instituto Força Brasil que atuou na defesa de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da doença, mas negou participar ativamente dos atos, campanhas e peças publicitárias que a entidade promovia.

Fakhoury também negou qualquer envolvimento no apoio que o Instituto Força Brasil deu à tentativa de venda pela empresa Davatti Medical Supply ao Ministério da Saúde de 400  milhões doses da vacina AstraZeneca. 

“Se eu não me engano, suspendi [o apoio em] em junho. A interrupção da colaboração foi justamente porque nós decidimos, como foi mencionado aqui até pelo coronel Hélcio Bruno [presidente do Instituto Força Brasil], suspender as atividades. E ele tinha colocado aqui que ele pensava em sair do instituto”,afirmou. 

Homofobia

No início do depoimento, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) relatou ter sofrido ataques homofóbicos proferidos nas redes sociais pelo depoente. Após a CPI decidir enviar todos os ataques feitos por ele a diversos integrantes da comissão ao ministro Alexandre Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos inquéritos em que Fakhoury aparece como investigado, o depoente pediu desculpas e chamou o episódio de uma “brincadeira de mau gosto”.

“Foi uma brincadeira de mau gosto, e eu já pedi [desculpas] e me retratei com ele [senador Contarato]. Eu me retratei com ele e, se necessário, eu presto mais esclarecimentos a ele”, disse após ser questionado se também se desculparia dos ataques proferidos contra os demais senadores do colegiado.

Sair da versão mobile