Congresso: ferramenta do JOTA previu 72% dos projetos aprovados em 2020

Desde o início da pandemia de coronavírus e seus reflexos no funcionamento das instituições governamentais, o Aprovômetro já previu corretamente o resultado de seis de nove dos projetos que foram convertidos em lei entre março e maio – acerto de 66,6%.

Considerando um período mais amplo, de janeiro a maio, a ferramenta previu corretamente o resultado de 13 de 18 projetos que foram convertidos em lei – 72,2%. Trata-se de um resultado excelente, considerando que 2020 tem sido um ano bastante atípico sob a ótica de funcionamento e produção legislativa em todas as instituições do país. 

O quadro ao final do texto traz as proposições e suas últimas probabilidades estimadas pela ferramenta de previsibilidade do JOTA, antes de serem aprovadas e enviadas à sanção do Presidente da República.

Se fossem ignorados os projetos para os quais o Aprovômetro não produziu estimativas, seja pelo curto espaço de tempo entre a apresentação da proposta e a aprovação ou pela falta de informações atualizadas nos repositórios de dados da Câmara e do Senado devido a situação de emergência de saúde pública, o índice de acerto do Aprovômetro seria bem maior entre janeiro e maio: 13 de 15 dos projetos que foram convertidos em lei, ou 86,6% de acerto. 

Em 2019, o Aprovômetro previu corretamente o resultado de 7.626 entre 7.993 projetos que foram arquivados ou devolvidos aos autores – 97,5% do total – e acertou 442 de 614 projetos que foram convertidos em lei (acerto de 72%).

Um resultado interpretado como sendo muito positivo considerando que 2019 foi o primeiro ano de uma nova legislatura em que mais da metade de deputados e senadores eram novatos, sem preferências políticas conhecidas e histórico de representação no Congresso.

Proposições que foram transformadas em lei desde o início do ano

(*) Sem estimativas devido à velocidade de tramitação ou interrupção no fornecimento de dados

Daniel Marcelino – Analista de dados em Brasília, é especialista em métodos quantitativos, modelos de previsão e pesquisas de opinião. Antes do JOTA, foi pesquisador em universidades e órgãos de governos: Universidade de York e Universidade de Montreal (Canadá), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Prefeitura de Curitiba. Email: [email protected]