Na pesquisa Atlas, a proporção de policiais que dizem que os atos de 7 de setembro são justificados é a mesma do que na população em geral. Enquanto 36% dos brasileiros dizem que os atos são justificados, 36% dos policiais militares dizem o mesmo. Por outro lado, enquanto cerca de 56% dos brasileiros dizem que os atos não são justificados, apenas 35% dos policiais militares dizem o mesmo. A diferença está naqueles que não sabem sua posição. Enquanto na população, 8% não sabem, entre os policiais está em 29%.
Os policiais também dizem que irão participar da manifestação em maior número do que a população em geral. Enquanto 18% dos brasileiros dizem que irão participar do ato, 25% dos policiais dizem o mesmo. Esse desejo de participação está concentrado na polícia militar. Enquanto 30% dos policiais militares ouvidos disseram que irão participar do ato com certeza, apenas 17% dos policiais civis disseram o mesmo.
Os policiais também têm uma parcela maior de pessoas favoráveis a uma ditadura no Brasil. Enquanto entre o total da população, 12% se dizem a favor de uma ditadura, entre os policiais esse número chega a 26%. Entre os policiais militares, 36% são favoráveis a uma ditadura. Entre os policiais civis a adesão a uma ditadura é de 9%.
Daniel Marcelino – Analista de dados em Brasília, é especialista em métodos quantitativos, modelos de previsão e pesquisas de opinião. Antes do JOTA, foi pesquisador em universidades e órgãos de governos: Universidade de York e Universidade de Montreal (Canadá), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Prefeitura de Curitiba. Email: daniel.marcelino@jota.info Fernando Mello – Sócio fundador e diretor do JOTA. É PhD em Ciência Política pela Universidade da Califórnia, e mestre em estatística pela mesma universidade. É especialista em instituições políticas e métodos quantitativos. Atualmente, é professor do Departamento de Governo da Georgetown University, em Washington, DC. Email: fernando.mello@jota.info