QUARENTENA

Pesquisa da CNM: menos de 40% de municípios estão em lockdown

Estudo contemplou 2553 prefeituras e identificou que mais de 80% adotaram o toque de recolher noturno

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Lockdown em Pelotas, no Rio Grande do Sul / Crédito: Michel Corvello

Pelo menos 948 municípios brasileiros estão realizando lockdown para conter o avanço da Covid-19, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A entidade coletou as informações entre os dias 29 e 31 de março com prefeitos de 2553 municípios, quase metade do total de cidades do Brasil. Esta é a segunda edição da pesquisa sobre o cenário da pandemia nas cidades do país.

As cidades com lockdown representam 37,1% dos municípios que participaram da pesquisa. Já 61,9% não estão adotando o fechamento total, mas considerando a medida do toque de recolher noturno, o percentual sobe para 82,2%, e somente 17,5% declararam não adotar.

Quase 90% dos municípios estão impondo restrições aos fins de semana e pelo menos 15,3% deles decidiram pela antecipação de feriados. Na área da educação, a pesquisa identificou que 89,4% dos municípios estão com aulas presenciais paralisadas, e somente em 9,9%  as atividades educacionais foram mantidas na última semana.

Saúde

A pesquisa também contempla informações sobre insumos de saúde e distribuição da vacina anti Covid. De acordo com a Confederação, pelo menos 1141 municípios brasileiros sofrem risco de falta de medicamentos do chamado “kit intubação”. E para 625 cidades o risco é faltar oxigênio nas unidades de saúde.

Já sobre a distribuição de vacinas, o levantamento mostra que quase 98% dos municípios receberam imunizantes nesta semana. Veja a pesquisa completa aqui.

Defesa do lockdown

E nesta quinta-feira (01/04), um grupo de 30 especialistas emitiu uma carta endereçada ao presidente da República, aos governadores e prefeitos para recomendar a adoção de lockdown por três semanas, acompanhado de auxílio emergencial em parcela única para indivíduos e microempresas. Segundo os signatários da carta, a medida pode poupar ao menos 22 mil vidas.

No manifesto intitulado “Abril pela Vida”, os especialistas argumentam que as projeções apontam para o alcance de cinco mil mortes diárias e que, para reverter esse cenário, é preciso um “lockdown rígido”  no mês de abril.

Entre as propostas de medidas duras apresentadas na carta estão: proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas, bem como quaisquer aglomerações de indivíduos que não residem juntos; toque de recolher das 20h às 6h; fechamento de bares, restaurantes e praias.

Também há a recomendação para medidas de redução da superlotação nos transportes coletivos, suspensão do funcionamento de alguns setores do comércio, adoção do trabalho remoto, criação de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, entre outras restrições.

Assinam a carta, acadêmicos das áreas da saúde, economia e diplomacia. Veja a carta completa aqui.

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