Flexibilização econômica

Pandemia: tendência é de freio na reabertura em junho

Proximidade do inverno, feriado, aumento dos casos e nova variante mudam ritmo de flexibilização

repasse para municípios FPM
Crédito: Prefeitura de São José dos Campos

As estratégias dos governos estaduais para controle da pandemia da Covid-19, apesar de não seguirem uma orientação única, têm pontos semelhantes ao longo destes 15 meses de enfrentamento ao coronavírus. Houve fase de todo o país se fechar, de restrições localizadas, aberturas generalizadas e flexibilizações pontuais. 

Este ano começou com fechamentos generalizados por todo o país. O aumento de casos e internações após as festas de final de ano e as férias, fez com que gestores estaduais voltassem a adotar medidas restritivas. 

A chegada das vacinas e a diminuição de internações levou a uma grande flexibilização econômica no mês de abril, que continuou até meados de maio em todo o país. Neste começo do terceiro trimestre, com exceção de escolas e eventos, praticamente todas as outras atividades econômicas estão de portas abertas, com restrições de público e horário.

No entanto, nas últimas semanas, os governos estaduais voltaram a agir com cautela e a tendência é que haja um freio na reabertura econômica até meados de junho, principalmente nos dias prolongados pós-feriado de Corpus Christi.

A diminuição no ritmo de vacinação, o aumento de internações de jovens e a preocupação com uma possível terceira onda de casos podem estar entre os fatores para esta cautela. Neste momento, o que se vê são ações mais localizadas – como aconteceu entre os meses de agosto e outubro do ano passado – a depender da situação de cada região. 

Não há indicação de grandes fechamentos, mas de manutenção das medidas restritivas, como toque de recolher e limitação de público. Nos últimos dias, pelo menos dez estados (Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e São Paulo) prorrogaram ou ampliaram as medidas restritivas vigentes até o fim da primeira quinzena de junho.

O Paraná tornou mais rígidas pela segunda semana consecutiva as restrições ao comércio e ao setor de serviços. Depois de registrar aumento do contágio pelo coronavírus e a maior taxa de transmissão do país, o estado aumentou o toque de recolher, manteve a proibição de atividades não essenciais aos domingos e reduziu o horário dos shoppings e supermercados, entre outras restrições.

Com mais de 80% dos leitos de UTI ocupados, o estado da Paraíba reforçou algumas medidas restritivas para comércio e serviços, principalmente no período do feriado. As restrições valem pelo menos até dia 18 de junho.

Os estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte também anunciaram medidas mais restritivas em áreas específicas pela segunda semana seguida. E a Bahia publicou no último sábado (29/6) restrições mais severas para municípios da região Nordeste do estado.

Se o ritmo de vacinação continuar lento e os hospitais voltarem a ter ocupação elevada, o que confirmará uma terceira onda, não é de se espantar que os gestores adotem novamente medidas duras até o começo de julho, mês importante para o comércio em geral, em virtude das férias escolares. 

O governo do Maranhão manteve até 7 de junho a autorização para funcionamento das atividades econômicas, com restrições. O estado foi o primeiro estado a confirmar caso de infecção pela variante indiana do coronavírus.

Em decreto emitido na semana passada, o governo maranhense obriga a notificação da chegada de passageiros que vieram do exterior nos portos, aeroportos, estabelecimentos de hospedagem e laboratórios de análises clínicas.

O alerta também voltou à tona no estado de São Paulo, segundo a confirmar um caso da cepa indiana, em passageiro que chegou da Índia, passou pelo aeroporto de Guarulhos e seguiu para seu estado de residência, Rio de Janeiro.

No interior paulista, algumas cidades já adotam lockdown e suspensão do transporte coletivo. Em São José dos Campos, maior cidade do Vale do Paraíba, as taxas de ocupação dos leitos voltaram a subir e a prefeitura decretou o fechamento de supermercados e outros estabelecimentos com espaço superior a 250 metros quadrados, por enquanto somente no período do feriadão.

No plano estadual, o governo adiou nova etapa das ações de flexibilização, mas não anunciou nenhuma nova medida de restrição.

Nos pronunciamentos, os gestores sinalizam que apostam na expansão da vacinação dos grupos prioritários e por faixa etária. O estado de São Paulo, por exemplo, informou projeção de ter toda sua população até outubro e previsão para realização de eventos testes de diferentes áreas de negócio ainda em junho.

Em Santa Catarina, o governo também estuda a possibilidade de realização de eventos-testes a partir do mês de julho. As medidas restritivas do estado foram prorrogadas até 15 de junho.

Sair da versão mobile