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Alimentos menos perecíveis já apresentam aumento nos preços, afirma CNA

Confederação encaminhou ao governo uma série de sugestões de medidas para socorrer o setor do agronegócio

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Crédito: Pixabay

Alguns produtos de fácil armazenamento e que tem durabilidade maior já começaram a apresentar aumento dos preços nos supermercados. Alimentos como batata e cenoura, por exemplo, tiveram um aumento de 20% a 40% em algumas regiões. Ao passo que folhosas, como alface e couve, que são mais perecíveis, tiveram uma queda de 20%. É o que mostra um levantamento recente feito pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A confederação aponta ainda que setores, como o de carne, que dependem de contêiner refrigerado para exportação, apresentam mais dificuldade para despachar a carga nos portos por falta de navios. Isso porque, com a paralisação dos portos da China há algumas semanas, esses navios ficaram parados e a maioria ainda não chegou ao Brasil.

“Quais setores foram impactados: frutas, porque tem que mandar refrigerado, principalmente para a Europa, e carnes. Alguns negócios foram mantidos, principalmente na China, mas ainda tem a dificuldade de logística de contêiner”, disse Bruno Lucchi, superintendente técnico da CNA.

Além dos problemas com os navios, o país já registra também problemas com exportação de frutas pelo setor aéreo. “A gente mandava dois voos do Ceará para a Europa todo dia. E eles levavam 30 mil toneladas de fruta. Manga e limão. E agora esses voos foram suspensos por causa do cancelamento dos voos internacionais para a Europa”, afirmou Lucchi.

O técnico da CNA avalia que as dificuldades com as exportações serão superadas ao longo do mês de abril, mas afirma que a maior preocupação do setor são com os produtos perecíveis de comércio local. Uma das saídas da confederação tem sido buscar canais de venda para esses produtos via aplicativos como Ubereats, Ifood e Whatsapp.

Por causa desses problemas e a exemplo do que outras confederação também estão fazendo, a CNA encaminhou ao Ministério da Agricultura na quarta-feira (25) uma séria de pedidos para ajudar o setor.

Um dos pedidos é a prorrogação automática dos financiamentos de custeio e de investimento dos pequenos e médios produtores (aqueles em que a soma de contratos seja igual ou menor a R$ 1,5 milhão). A confederação pede ainda que essas medidas não interfiram nos limites de crédito para a safra 2020-2021.

Outra sugestão é de suspensão da necessidade de registro em cartório de todas as operações de crédito rural realizadas durante a crise do Coronavírus.

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