O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse à imprensa nesta segunda-feira (6/3), após a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o fundo garantidor do programa Desenrola deve ter em torno de R$ 10 bilhões para uma dívida de R$ 50 bilhões e atingindo cerca de 37 milhões de CPFs negativados.
Haddad afirmou que o programa ainda não vai ser anunciado, mas que Lula autorizou a contratação do sistema que vai colocá-lo de pé. O anúncio e o detalhamento do programa serão feitos apenas depois que o sistema estiver pronto para operar. Ele reforçou que a linha de corte de dois salários mínimos terá garantia de 100% do fundo garantidor, mas as empresas poderão negociar dívidas de negativados com rendas maiores. O ministro, no entanto, não detalhou essa parte. O programa será feito por meio de Medida Provisória.
A ideia do programa surgiu no período eleitoral, em 2022. Durante sua campanha, Lula prometeu a criação de um programa que pudesse reduzir o número de famílias em situação de inadimplência no Brasil. Batizado de Desenrola, o novo programa do governo federal visa a facilitar a renegociação de dívidas de brasileiros com renda em até dois salários mínimos, inscritos em programas como a Serasa, por exemplo. O Desenrola está sendo formulado em parceria com os bancos públicos.
O presidente falou, durante a cerimônia de relançamento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), na última terça-feira (28/2), que o Desenrola estava próximo de ser anunciado. Em sua fala durante a cerimônia, Lula disse que cerca de 50 milhões de pessoas com uma renda de até dois salários mínimos possuem uma dívida que chega a somar aproximadamente R$ 50 bilhões.
Neste primeiro momento, o objetivo é que o Desenrola atinja a população que recebe dois salários mínimos, cerca de R$ 2,6 mil mensais, e que possui dividas que somam até R$ 5 mil. Para serem beneficiadas pelo programa federal, as dívidas devem constar um atraso de mais de 180 dias e serem contraídas até 31 de dezembro de 2022.