De acordo com a delação de executivos da Odebrecht, as operações ilícitas da empresa na República Dominicana começaram durante o governo de Hipólito Mejía, entre 2000 e 2004, quando o empresário Ángel Rondón foi contratado para conseguir vantagens dentro do governo dominicano. Durante mais de uma década, Rondón teria sido o intermediário em ao menos dezoito projetos no país. O empresário teria distribuído propinas para diferentes esferas dos Poderes Executivo e Legislativo.
Em contrapartida, a Odebrecht ganhava os projetos e pagava propinas a Rondón de 3% do valor das obras. Entre as obras sob suspeita no país estão a implantação dos aquedutos Hermanas Mirabal e Samaná e a Central Termoelétrica de Punta Catalina.
Ainda em 2015, com a Lava Jato tendo pouco mais de um ano, uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal apontou os executivos Rogério Araújo, Márcio Faria, Marcelo Odebrecht e o operador financeiro Bernardo Freiburghaus como figuras centrais no esquema de lavagem de dinheiro em contas offshores da Odebrecht na República Dominicana.
Em março de 2016, numa sentença, o juiz Sérgio Moro apresentou a rota que o dinheiro da Odebrecht percorreu no exterior. Entre as contas fora do país, há referência a uma aberta pela empresa no Banco Popular Dominicano, na República Dominicana. Já Rodrigo Janot, em uma manifestação de abril de 2017, apresentou evidências que apontam a transferência da estrutura física do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da Odebrecht, para a República Dominicana, após o começo da Lava Jato. Segundo Janot, os executivos Luiz Eduardo Soares e Fernando Migliaccio mudaram-se para Miami, de onde viajavam semanalmente para o novo local de trabalho, para operar a estrutura.
OBRAS COM POSSÍVEIS IRREGULARIDADES
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Central Termoelétrica de Punta Catalina
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Aquedutos Hermanas Mirabal e Samaná
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Projeto Hidrelétrico Palomino