Confiança eleitoral

Por que o Brasil tem um tribunal só para cuidar das eleições?

Judiciário recebeu responsabilidade sobre segurança das eleições já no Império, mas atual configuração é de 1932

Justiça eleições, TSE
Sessão Plenária do TSE / Crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

A ideia de tirar das mãos de oligarcas políticos o poder de comandar as eleições começou a ser pensada ainda durante o Império, no século de 19. Por isso, antes mesmo de proclamada a República, foi delegada ao Judiciário a tarefa de alistar os eleitores. Na época, o alistamento era uma das inúmeras fontes de fraudes eleitorais.

Este é o tema do décimo episódio da série no TikTok desenvolvida pelo JOTA para combater a desinformação nas eleições.

Nesse mesmo período, havia a tendência, em vários países do mundo, de submeter à Justiça o alistamento permanente dos eleitores e o julgamento de processos em que a regularidade das eleições era contestada.

A iniciativa era vista como o caminho mais adequado para garantir a lisura do processo eleitoral – e evitar, pelo menos em parte, que pessoas com poder local interferissem no pleito. No Império, as eleições eram indiretas, portanto a população apta a votar escolhia eleitores que votariam em deputados e senadores.

Mulheres e escravizados eram excluídos das votações, e homens a partir de 25 anos precisavam atender a alguns critérios, que envolviam renda. Em 1881, ficaram de fora também os analfabetos.

Apesar de já haver atuação do Judiciário nas eleições há décadas, o primeiro Código Eleitoral foi aprovado em 1932, quando também foi criada a Justiça Eleitoral. Ela se tornaria a responsável por alistar eleitores, organizar as mesas de votação, apurar os votos, reconhecer e proclamar os candidatos eleitos.

Hoje, a Justiça Eleitoral possui o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por organizar o sistema nacionalmente; os tribunais regionais eleitorais, alocados nas capitais das unidades federativas; os juízes e as juntas eleitorais.

O TSE é composto por pelo menos sete membros: três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); dois ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ); e dois ministros advogados indicados pelo STF. Ele julga recursos contra decisões dos tribunais regionais, além de jugar registros de partidos e candidatos à presidência.

Os tribunais regionais julgam registros de candidatos a governador, ao Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também funcionam como segunda instância para recursos de decisões de juízes e juntas eleitorais.

Os juízes eleitorais julgam os crimes eleitorais que não sejam competência do TSE ou dos tribunais regionais, expedem o título de eleitor, entre outras funções para garantir a lisura das eleições localmente.

Já as juntas eleitorais são compostas de um juiz e de dois ou quatro cidadãos, que devem lidar com impugnações e incidentes que ocorram na apuração, além de serem responsáveis por diplomar os eleitos a cargos municipais.

A série especial produzida pelo JOTA conta com o patrocínio do TikTok e o apoio institucional do TSE. Serão ao todo 15 vídeos publicados na plataforma digital até o final destas eleições, com entrevistas e material jornalístico de cobertura.

@jotainfo

A razão de termos um TSE. Produção JOTA, patrocínio @tiktokbrasil #urnaseletronicas #eleicoes #eleicoes2022 #tse

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