O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou na noite deste domingo (2/10) que a Justiça Eleitoral conseguiu ser ágil no julgamento das ações que envolviam desinformação, fake news e discurso de ódio e com isso, em sua visão, “as fake news não tiveram influência” nas eleições 2022.
“O Tribunal Superior Eleitoral foi extremamente ágil no julgamento de todas as ações, de todas as representações de combate à desinformação, de discursos de ódio, das fake news. Me parece que não tenha tido grande influência nessas eleições”, afirmou. De acordo com dados do TSE, foram recebidas 783 denúncias de desinformação e disparos em massa entre os dias 1º e 2 de outubro.
Questionado sobre o documento do PL que contesta a segurança das urnas eletrônicas, Moraes afirmou que as informações são falsas e que o caso está sendo investigado pela corregedoria do TSE e no inquérito das fake news. Para o ministro, “a era do ataque à Justiça Eleitoral já é passado”.
Quando indagado sobre eventual questionamento da lisura das eleições, Moraes repetiu o exemplo da entrevista coletiva anterior em relação ao título do Corinthians. “Eu, como corinthiano, contesto até hoje a vitória do Internacional em relação ao Corinthians. Mas a contestação ficou comigo mesmo.”
Para Moraes, a “sociedade brasileira mostrou a sua maturidade democrática” e as eleições de 2022 seguiram “seguras, tranquilas, harmônicas e com paz” e destacou que isso “não significa que não tiveram intercorrências”, acrescentou. “Ao final do dia a Justiça Eleitoral cumpriu a sua missão institucional de garantir segurança e transparência nas eleições.”
No primeiro turno votaram 156.454.011 eleitores e a abstenção foi de 20,89% (31,6 milhões de eleitores), número similar às eleições de 2018, quando a abstenção foi de 20,33% (24,9 milhões).
Para o pronunciamento oficial do resultado das eleições estiveram presentes 9 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Apenas Nunes Marques e André Mendonça não estiveram presentes.
Filas
Um dos principais problemas da votação foram as filas nas seções eleitorais, registradas no Amazonas, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Roraima, Amapá, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Alguns eleitores votaram depois das 17h, isto é, após o fechamento da seção eleitoral. No entanto, Moraes ressaltou que não houve atraso na totalização dos votos.
De acordo com o presidente do TSE, um dos motivos para as filas pode ter sido o baixo número de votos nulos ou brancos, o que demanda mais tempo na cabine de votação. Além disso, ele destacou que houve alguns problemas com o registro da biometria e que a equipe do TSE trabalha com a hipótese de que o uso excessivo de álcool em gel durante a pandemia pode ter apagado as digitais.
Segundo Moraes, a ideia é corrigir eventuais problemas. Porém, ele lembrou que no 2º turno os eleitores serão mais rápidos nas cabines porque o número de candidatos para votar é menor.
O ministro também reiterou que serão mantidas as regras de proibição do celular nas cabines de votação e o porte de armas nas horas anteriores às eleições.
Números gerais das eleições
- Eleitores: 156.454.011
- Urnas de votação: 472.075
- Urnas de contingência: 63.185
- Urnas substituídas: 4.063 (0,76%)
- Seções com votação manual: 5 (2 no Amazonas, 1 na Bahia, 1 no Rio Grande do Sul e 1 em São Paulo)