Redação JOTA
Era 1992, quando a tinta da Constituição aprovada em 1988 ainda mal havia secado, junto com outras lideranças políticas da época, Aloysio Mercadante e Fernando Henrique Cardoso discutem a profunda crise econômica e política na qual o governo Collor havia atirado o Brasil. O petista defende que a melhor saída institucional para a crise é um mecanismo que a nova Carta previa. FHC argumenta que “pensar em impeachment é o começo do golpe“. Ao que Mercadante responde: “O impeachment é uma possibilidade constitucional, portanto democrática”.
A história está no sexto episódio do Petecanos, podcast produzido pela F451 em parceria com o Jota, que vai ao ar nesta quarta-feira. A história de amor e ódio entre petistas e tucanos é temperada por numerosos casos como este, em que as posições parecem hoje invertidas.
É neste sexto episódio também que o distanciamento entre os até então rivais amigáveis começa a se aprofundar, e, na opinião de José Genoíno, se torna definitiva. A aproximação dos tucanos a Itamar rende o Plano Real e a eleição de FHC para o Planalto. Os partidos até tentam formar uma chapa única, mas derrapam no mesmo problema de sempre: quem indicaria o cabeça de chapa. “A história resolveu a relação”, como relatou Genoíno.
FHC vence, assim como Covas, em São Paulo, onde supera uma novidade: um candidato com campanha de forte cunho religioso. E apresenta ao cenário nacional um ex-prefeito da pequena Pindamonhangaba como vice-governador: Geraldo Alckmin.
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