
A bancada feminina na Câmara dos Deputados teve um aumento de 18% no número de deputadas federais eleitas em 2022. Entre os 513 parlamentares eleitos, 91 são mulheres. Dessas, duas são trans e três são indígenas. A bancada eleita nesse domingo (2/10) é maior do que a de 2018, quando 77 mulheres conquistaram uma vaga.
As mulheres irão representar 17,7% das cadeiras do Congresso a partir de janeiro de 2023. Atualmente a representação é de 15%.
Pela primeira vez na história o Congresso Nacional, a bancada feminina terá duas deputadas transgênero em sua composição. Erika Hilton (PSOL-SP) foi eleita com mais de 256 mil votos e Duda Salabert (PDT-MG) com mais de 208 mil votos. As duas candidatas já ocupavam cargos políticos em seus respectivos estados antes de chegar à Câmara dos Deputados.
A representação indígena também marcou o pleito deste ano que elegeu Sônia Guajajara (PSOL-SP), com mais de 156 mil votos, Célia Xakriabá (PSOL-MG), com 101 mil votos, e a bolsonarista Silvia Waiãpi (PL-AP), que obteve mais de 5 mil votos em seu estado.
Em oito estados as mulheres foram as mais votadas para o Congresso. São elas: Bia Kicis (PL-DF), Caroline de Toni (PL-SC), Natália Bonavides (PT-RN), Yandra de André (União-SE), Silvye Alves (União-GO), Dra. Alessandra Haber (MDB-PA), Socorro Neri (PP-AC), Detinha (PL-MA).
O PL e a federação PT, PCdoB e PV são os partidos com mais mulheres e as duas maiores bancadas da Câmara dos Deputados.
Mesmo com esses resultados, o Brasil ainda está longe de alcançar a média mundial de participação feminina no Parlamento, que é de 26,4%, segundo a União Interparlamentar (UIP), organização global que reúne 193 países.
Os estados de Tocantins, Paraíba, Alagoas e Amazonas (este último ainda não finalizou a apuração dos votos) não elegeram nenhuma mulher. Acre, Amapá e Goiás foram os de maior representatividade feminina.
As mulheres também aumentaram sua participação nos governos estaduais. Nos próximos quatro anos duas mulheres ocuparão os Executivos estaduais. Em 2018 havia sido apenas uma. Fátima Bezarra (PT) foi reeleita governadora do Rio Grande do Norte e, em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) e Marilia Arraes (Solidariedade) disputam o segundo turno das eleições para o governo.
Candidaturas negras
O número de deputados federais negros eleitos em 2022 teve uma alta de 26% em relação a 2018. A participação subiu de 123 para 135 parlamentares. Apesar do aumento, brancos ainda são maioria nas cadeiras do Congresso Nacional. Neste pleito foram eleitos 369 candidatos brancos.
Entre os destaques estão Carol Dartora (PT-PR), que foi eleita a primeira deputada federal negra do Paraná, e Jack Rocha (PT-ES), a primeira mulher negra eleita deputada federal no Espírito Santo.
Nas eleições deste ano, disputavam uma vaga na Câmara dos Deputados 1.363 pessoas pretas, 3.302 pardas e 4.919 brancos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Vale ressaltar que nas eleição de 2022 a autodeclaração de alguns postulantes causou controvérsias. Candidatos mudaram a declaração de raça de uma eleição para outra, como mostrou uma reportagem do JOTA.