Senador eleito pelo Maranhão, o ex-governador Flávio Dino (PSB) diz não haver alarme com a possibilidade de um país dividido após eventual vitória de Lula (PT) e escalada de violência duradoura diante desse resultado.
“Com a vitória do Lula já teremos a vitória do bom senso, então esse é um sinal muito poderoso. Ainda que quase a metade tenha votado no Bolsonaro, no dia seguinte esse número é menor”, afirmou em entrevista ao GPS Eleitoral, programa ao vivo do JOTA em parceria com o site Inteligência Financeira na véspera do segundo turno.
Assista a partir das 19h deste sábado (29/10) ao GPS Eleitoral, do JOTA, com a análise das últimas pesquisas antes do segundo das eleições 2022
“Certamente não é todo o contingente que votou em Bolsonaro que apoia uma pessoa pública perseguir uma pessoa na rua com uma arma”, disse, em referência ao episódio em que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apontou uma arma para um homem negro, neste sábado (29/10), em São Paulo.
“Se Bolsonaro realmente tivesse metade extremista do país, nem teria mais eleição amanhã. Por isso teremos espaço para reconstruir o país”, disse.
Ele entende que o ponto de maior preocupação deve ser nos dias seguintes após as eleições. “Haverá arruaças isoladas com derrota do Bolsonaro, de inconformados e fora da razoabilidade democrática. Mas nos primeiros momentos. Vamos isolar o banditismo”, prevê Dino.
Nesse sentido, ele defendeu a necessidade de haver um governo amplo, com representantes de diferentes partidos e inclinações políticas. Também afirmou não haver preocupação com a governabilidade diante de um resultado apertado nas urnas. Ele exemplificou que não haveria dificuldades para trabalhar em conjunto com os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Marcos Pontes (PL-SP).
“Mas teremos uma transição difícil, porque tudo o que envolve o Bolsonaro é difícil”, ponderou. “Não acredito na sinceridade de fé democrática que ele fez no Jornal da Globo [em que afirmou que reconhecerá o resultado das urnas]. Ele muda de ideia de acordo com a noite dele. Mas temos tranquilidade que as Forças Armadas não se engajarão em rompantes golpistas”, afirmou.