O governo venceu uma batalha, mas a guerra continua. Comparando os votos registrados entre o primeiro e o segundo turnos de votação da PEC dos Precatórios (PEC 23/2021), os números mostram que a taxa de manutenção do voto ao texto principal da emenda na base aliada foi de 93,3%. A oposição obteve uma taxa ainda maior: 93,8%.
Isso quer dizer que 93,3% dos 312 deputados que votaram a favor do texto no primeiro turno repetiram o voto no segundo turno. Da mesma maneira, 93,8% dos 144 deputados que foram contrários à emenda, no dia 4 de novembro, mantiveram o mesmo posicionamento na última terça-feira (9/11) no Plenário.
Na queda de braço entre governo e oposição, o governo levou vantagem: conseguiu converter o voto de nove deputados contrários no primeiro turno em votos favoráveis. Destes, quatro deputados efetivamente mudaram seus votos, outros cinco votos possivelmente foram obtidos via substituição de parlamentares entre um turno e outro.
Por outro lado, 15 deputados que votaram a favor da PEC no primeiro turno, converteram seus votos em votos contrários no segundo turno. Outros seis parlamentares que registraram votos a favor do governo no primeiro turno não votaram no segundo.
Por fim, o governo conseguiu levar para o Plenário 28 deputados que não votaram no primeiro turno e que seguiram fielmente a orientação do líder do governo. Já a oposição conseguiu amealhar 22 parlamentares que não compareceram no primeiro turno, mas que registraram seus votos contra a PEC na Câmara.
Na prática, esse contingente de 50 deputados a mais levados ao Plenário se converteu efetivamente em 39 “novos” votos, já que 11 deputados que votaram no primeiro turno (5 contrários e 6 favoráveis) ou foram substituídos ou não compareceram neste segundo turno.
