A avaliação negativa do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém acima dos 50%, ainda que, desde 1 de novembro de 2021, não haja grandes mudanças na popularidade de Bolsonaro. É o que mostra o agregador de pesquisas do JOTA, uma ferramenta exclusiva para assinantes do JOTA PRO Poder com um modelo estatístico próprio para agregar as diferentes pesquisas de intenção do voto e mostrar tendências eleitorais. (entenda a metodologia ao fim da reportagem)
De acordo com os dados do agregador, entre novembro e janeiro, a avaliação negativa do governo variou semanalmente entre 53% e 54%. Nesta semana, está estabilizado em 53,3%.
Já a avaliação positiva, variou entre 24,5% e 22% no mesmo período. A popularidade de Bolsonaro é o dado mais importante para medir sua força eleitoral no primeiro turno. A mediana de aprovação do presidente no agregador está em 22,8%, com um intervalo de credibilidade inferior (19,5%) e superior (26,6%).
O JOTA modelou o impacto de indicadores econômicos na popularidade dos presidentes e fez uma previsão para o último trimestre usando taxas de desemprego e de câmbio.
A taxa de desocupação foi o indicador testado nessa análise que teve o maior impacto sobre a popularidade do presidente. Uma taxa de desemprego mais baixa, centrada em 11,7% no atual trimestre, poderia elevar a avaliação positiva de Bolsonaro em 4 pontos percentuais. Por outro lado, se a taxa de desemprego subisse ao patamar de 16,7%, Bolsonaro perderia cerca de 3 pontos.
No caso do câmbio, o valor do dólar tem impacto limitado sobre a aprovação do presidente. Porém, se o dólar estivesse mais baixo, em torno de R$ 4, a taxa de avaliação positiva de Bolsonaro subiria, podendo chegar ao final deste trimestre à marca de 30%. Se por outro lado o dólar subisse a R$ 7, a aprovação de Bolsonaro poderia cair cerca de 2 pontos percentuais apenas.
O presidente seria mais beneficiado por uma eventual melhora no mercado de trabalho e valorização do real do que prejudicado se o quadro atual permanecer estável, ou mesmo se a situação se deteriorar um pouco mais. Por isso, a chance de Bolsonaro conseguir um segundo mandato dependerá cada vez mais das flutuações econômicas de curto prazo e não de expectativas de longo prazo.
Agregador de pesquisas, o que é?
O agregador JOTA é uma ferramenta exclusiva que leva em consideração mais de 600 pesquisas de opinião conduzidas no país nos últimos 34 anos, comparando 11 governos e 8 presidentes. São mais de 220 pesquisas nacionais coletadas apenas durante o governo de Jair Bolsonaro, uma média de pesquisa a cada 4 dias.
O JOTA prefere utilizar informações agregadas a basear-se em números de uma única pesquisa ou empresa. Cada instituto de pesquisa tem seu próprio método de seleção, coleta e análise das respostas. Por isso, o JOTA desenvolveu um modelo estatístico de agregação – o modelo proprietário – que permite comparar resultados de diferentes pesquisas, calibrando com base na performance passada de cada instituto.