Atuação na pandemia

Vou citar nominalmente senador que politizar, diz líder de CPI da Covid-19

Indicado à presidência da comissão, senador Omar Aziz afirma que sua missão será impedir palanque eleitoral

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Senador Omar Aziz | Waldemir Barreto/Agência Senado

Tentativas de “politização” ou de “palanque eleitoral” na CPI da Covid-19 serão duramente impedidas, afirma o senador Omar Aziz (PSD-AM), indicado para a presidência da comissão que irá apurar a gestão da crise sanitária, a ser iniciada na próxima semana.

“Qualquer membro da comissão precisa entender que investigaremos sem fazer pré-julgamento. Vou pedir para não haver politização, porque estamos tratando de brasileiros que perderam pessoas. Não é vingança, é justiça”, assegurou Omar Aziz em webinar da CASA JOTA nesta sexta-feira (23/4). Ele disse ainda que a comissão será “técnica”, sem espaço para desvios políticos. “Não terei nenhum tipo de receio em citar nominalmente quem tentar politizar. Vai ficar muito mal para a imagem do senador”, declarou.

De acordo com o senador, a possibilidade de estender as investigações para a atuação de gestores de estados e municípios na pandemia será discutida com o relator principal. O nome indicado para o posto é de Renan Calheiros (MDB-AL). “Vamos analisar fatos, portanto, se houver fatos contra prefeitos e governadores, teremos que apurar”, disse Aziz. A definição sobre a existência de sub-relatores para apurar questões por tema ou unidades federativas está em aberto.

Sobre as declarações do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten à revista Veja, publicada na quinta-feira (22/4), o virtual presidente da CPI disse que são expostos “fatos, e não suposições”. Na entrevista, o ex-secretário responsabiliza o Ministério da Saúde por atraso na compra de vacinas. Para o senador, ela demonstraria que qualquer conclusão semelhante da CPI não terá sido baseada na opinião dos senadores.

“Hoje, mais do que nunca, aqueles que diziam que a CPI seria política veem com a entrevista do Wajngarten que nós senadores titulares da comissão não falamos isso. Ele é que está dando a declaração, não sou eu. Não sabemos porque só falou agora, mas se tivesse falado no ano passado, quando começou a negociação, teria evitado pelo menos 100 mil mortes”, afirmou.

Um dos pontos de atenção seria o episódio mencionado por Wajngarten de que ele próprio, com permissão do presidente Jair Bolsonaro, teria negociado com a farmacêutica Pfizer para viabilizar a compra de vacinas ainda no ano passado. O Ministério da Saúde não teria dado prosseguimento às tratativas. O senador questionou a declaração de que, enquanto a Pfizer era assessorada por cinco escritórios de advocacia, o governo federal teria envolvido um time pequeno.

Aziz negou que qualquer membro do governo federal o tenha procurado para discutir a CPI da Covid-19 e frisou querer uma comissão apartidária e técnica. “Espero que todos nós, inclusive eu, possamos sair dessa CPI com ela sendo, de fato, a mais importante da vida dos brasileiros”.